Mudamos de apartamento. Agora vou à pé para a escola.
Estamos nos adaptando muito rápido à tudo.
Eu estou numa fase em que tenho trabalhado minha mente ao insistir no pensamento de que nem sempre dá pra fazer o planejado, e que as vezes é o mais sábio fazer uma pausa.
Digamos que nossa princesinha Rebecca tem "causado" muito por aqui.
Não podemos mais fazer nossos trabalhinhos manuais como fazíamos no tempo em que a Becca ficava no cadeirão entretida com alguma coisa. Agora, ela quer participar ativamente de tudo o que os meninos fazem. Mas ela não consegue ainda. Ela só "destrói" tudo o que eles estão fazendo. Se eles estão desenhando, ela começa a puxar o papel deles, se eles estão montando blocos, ela tenta derrubar a torre. Uma ressalva: ela não faz isso por pirraça, ela simplesmente acredita que está brincando com eles, pra ela desconstruir é brincar!
Eles ficam frustrados e falam: Mãe! Tira a Becca. Eu saio com ela, eles ficam sozinhos, e logo acabam de desorientando na atividade, sem minha supervisão. Resultado final: Não dá certo!
Tenho me contentado em fazer mais atividades externas com eles, todo dia, chego da escola e eles já estaão de sunguinha me esperando pra irmos pra piscina, Desço com os três, faço malabarismo na piscina, pra cuidar dos três ao mesmo tempo.
Atividades manuais, não tenho feito mais... Pelo menos até a Becca crescer um pouco mais. Tenho feito atividades só com ela. Ontem sentei-me no chão do quartinho dela depois que os dois meninos dormiram e ficamos montando blocos por muito tempo... Depois guardamos tudo, cada pecinha. À qual ela construiu e desconstruiu várias vezes!
No início da dessa semana, pra não deixar em branco a fase tão especial de mundo alfabetizador em que o Vico está entrando (já que não tenho conseguido ter aquele momento de atividades que tínhamos) eu criei um caderninho. Chamamos de "Caderno de Palavras". Todo dia antes dele dormir, escreve uma palavrinha no caderno. Ontem quando ele foi escrever, eu comecei a ajudá-lo quando percebi que ele ia pular uma vogal, e ele me disse: Mãe, minha professora disse que eu preciso escrever sozinho! (Ele está certíssimo, pois está sendo alfabetizado pelo método construtivista e a primeira etapa, é aquela em que ele cria suas próprias hipóteses sobre a escrita)
O Lucca, está se desenvolvendo muito bem... Eu sempre fico muito atenta à ele, pois é o filho do meio... E sempre escutamos por aí, um rótulo que o filho do meio é o abandonado. Eu faço de tudo para não sustentar esse rótulo por aqui.
Com o Lucca, meu trabalho tem sido no sentido de ajudá-lo a controlar seus gritinhos, quando é contrariado. Ele tem melhorado muito. Depois que eu também comecei a me controlar mais.
Se quero que ele aprenda aos poucos a controlar seus impulsos, como posso me descontrolar na frente dele? Confesso que a única coisa que me tira do sério é choro e grito. E sei, que o Lucca não faz por birra, é apenas a maneira dele se expressar quando nervoso, então eu seguro a minha onda, e espero ele se acalmar... Quando ele vê que estou calma e firme, reage em reflexo disso. Meu objetivo é mostrar à ele que há outras maneiras de dizer estou muito nervoso!
Digamos que estamos em processo!
Mas ele sem dúvida, é uma criança muito afetiva e carinhosa. E eu agradeço todos os dias por ter esse loirinho em nossa casa. Ele é o companheirinho e esteio do irmão e vice-versa.
Eu tenho tentado ser uma mãe que escuta.
Escuta ao invés de brigar, escuta ao invéz de falar algo que não responde, escuta, pra dar tempo de pensar. Escuta pra ouvir a versão da história, escuta para que eles sintam que podem confiar. Escuta pra ouvir!!
Você já conversou com alguém que não te ouve?
Já pensou um filho, não sentir que sua mãe o ouve?
Só de imaginar isso, já me corta o coração.
Estou feliz demais por ter conseguido escrever um pouco hoje. Estava me fazendo muita falta!
beijo beijo e obrigada por ter lido isso.